Protocolo de Acolhimento

Publicado por Sinepe/PR em

“Analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender.” Alvin Toffler

Com o retorno das aulas presenciais pelas unidades da federação, a Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP), lança o PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO, tendo como ponto central o constante exercício da responsabilidade individual e coletiva no respeito à vida emocional, mental e física dos educandos, educadores e familiares.

O Protocolo de Acolhimento não deve se limitar aos primeiros dias ou semanas de aulas, uma vez que as questões emocionais não necessariamente se apresentam de imediato, ou estão limitados ao pós trauma da pandemia, por se tratar de uma necessidade humana.

O Protocolo de Acolhimento deverá ser usado como um GPS, que ajudará a Escola a recalcular sua rota educacional-administrativa, emocional e psicológica a partir deste grande evento Humano que chamamos de Pandemia. Tratados genericamente “ESCOLA” para as Instituições de Ensino, da pequena escola de Educação Infantil ao grande grupo educacional do Ensino Superior. Para elaborar essa proposta, é necessário ter como linhas norteadoras a ESCUTA e a OBSERVAÇÃO que consideram cada sujeito como único, pois são essas propostas que tem transformado a escola particular nos últimos tempos e a levado a ótimos resultados de aprendizado, exatamente por entender as múltiplas potencialidades dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, bem como atender às demandas, especialmente emocionais dos estudantes e familiares.

Como disse Hannah Arendt: “A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele”. O momento de encontrar “O Ponto de Retorno” para nossas Escolas e ajudarmos toda a comunidade escolar para que possam falar e serem ESCUTADOS. O mundo atual requer, de cada um de nós, uma disposição para reconstruirmos nossa relação de autoconfiança, cuidado e compromisso mútuo 1 entre gestores e professores, professor e aluno, professor/professor, entre a escola e a família, contribuindo para a superação do egoísmo natural, crescente e presente no ser humano.

O momento atual requer uma construção do ponto de equilíbrio entre a saúde física, mental e emocional. Apenas dessa forma superaremos e ultrapassaremos os impactos psíquicos desencadeados ao longo desse período de isolamento social. O presente Protocolo traz a ESCUTA atenta e sensível como ferramenta de diálogo entre todos os envolvidos na Escola. A escuta é o fio condutor para o ponto de retorno e o ponto de articulação entre a Família e a Escola, entre educação formal e informal, entre a satisfação pessoal e o bem-estar dos outros, entre educar e o cuidar e principalmente, entre Ensinar e principalmente o Aprender.

O ACOLHIMENTO não está relacionado a um espaço e sim a uma proposta ética sustentada em uma nova atitude de responsabilidade e envolvimento afetivo consigo e com o outro. Acolher pressupõe ter uma atitude de escuta cuidadosa e atenciosa. Não existe hora ou profissional específico para fazê-lo. Implica ouvir saberes, angústias, experiências, tomando para si a responsabilidade de “abrigar e agasalhar” quem chega ou quem fala. Os Protocolos de acolhimento devem ser organizados à luz das dez competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, principalmente à luz das competências socioemocionais que deverão ser a RODOVIA PRINCIPAL da Escola Contemporânea.

Aprender a lidar e a identificar as próprias emoções é o que sinalizará a Inteligência daqui para frente. As Emoções e os Afetos são os Reguladores de qualquer aprendizado emocional, cognitivo ou social, eles estão diretamente conectados com o que nos afeta, seja positivamente ou negativamente. VAMOS LÁ? LIGUE SEU GPS. ESCUTA SÓ… Escutar o outro é colocar-se a disposição, ter atenção no que está sendo dito e não no que você está querendo escutar. Escutar requer acolher o outro independente de julgamentos (certo ou errado), apenas deixar com que ele fale e ao terminar, você pode responder: deixa eu ver se entendi e “repete” o que foi falado em forma de pergunta. É isso mesmo que você quis dizer? 2 Escutar, nesse momento é mais importante do que quaisquer métodos de avaliar e classificar crianças, adolescentes e jovens, assim como professores e colaboradores, e também diretores e mantenedores.

A escuta que acolhe ou o acolhimento que escuta é desprovida de pré-julgamentos, ou ditos do tipo: Comigo foi muito pior… Quando podemos falar enquanto o outro nos escuta, ocorre um pacto de corresponsabilidade, cria-se um laço de afinidade e confiança tão necessário nesse momento. Ao acolhermos escutando, promoveremos um espaço de diálogo com trocas de experiências sobre o período vivido (considerando as diferentes percepções das diferentes faixas etárias) o que nos servirá de bússola para a reorganização pedagógica.

CAIXA DE FERRAMENTAS EMOCIONAIS Chamaremos aqui de ferramentas, nossas habilidades como: andar, falar, construir. Esta última habilidade é extraordinária e usamos o tempo todo, mas não temos consciência e não prestamos atenção. O momento é de aprender e construir, na cabeça, as realidades virtuais chamadas mapas.

Para nos entendermos na nossa casa, temos de ter mapas dos seus cômodos e mapas dos lugares onde as coisas estão guardadas e qual o nosso canto preferido. Fazemos mapas da casa. Fazemos mapas da escola, mapas de sala, da cidade, do mundo, do universo. Sem mapas, seríamos seres perdidos, sem direção. Por isso a ideia de “MAPEAR NOSSAS EMOÇÕES”.

Por: FENEP