Formação em relações étnico-raciais é urgente

Publicado por Sinepe/PR em

Especialista fala sobre a oferta de disciplinas voltadas para o tema na educação básica e no ensino superior

Na sala de aula e, em especial, nas licenciaturas, a oferta de disciplinas que abordem as relações étnico-raciais se faz fundamental. É o que afirma a professora e advogada Waleska Miguel Batista, em sua participação no podcast Gestão do Ensino Superior – Prosas. Para a especialista, os conteúdos podem ser oferecidos de maneira transversal, seja na educação básica ou no ensino superior.

“As ementas das disciplinas curriculares da educação básica já têm por lei, desde 2003, a obrigatoriedade de estudos sobre história e história afro-brasileira. E, devido uma resolução do Ministério da Educação, o ensino superior tem o dever de trabalhar as relações étnico-raciais na formação. Ainda mais se falarmos dos cursos formadores de professores”, comenta a profissional.

“Direitos humanos são amplos. Se olharmos para um curso de direito, a ementa não pode apenas dizer que é ‘para a discussão de direitos humanos’. Tem que haver clareza, para toda a formação dos alunos e para o professor que ministrará a disciplina, que serão discutidas as relações étnico-raciais, porque a violação de direitos humanos é a reprodução e a naturalização do racismo. E que isso tem responsabilização. Esse é o dever da disciplina de direitos humanos”, exemplifica.

Waleska destaca que os docentes que não tiveram contato com as relações étnico-raciais em sua formação têm, hoje, o dever de buscá-la. “Não adianta dizer que se formou há 40 anos e que na época não era obrigatório, agora é. Há materiais e cursos disponíveis para a formação”, pontua.

A professora também coordena o Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro (Ceaab), da PUC Campinas. Além de propor, implementar, executar e avaliar ações para a educação étnico-racial na IES, o espaço conta com palestras e eventos abertos ao público.

Por: Revista Ensino Superior