Reitor recomenda produtos digitais na gestão

Publicado por Sinepe/PR em

Produtos e soluções digitais podem potencializar o crescimento de uma IES e a geração de demanda

Os produtos e soluções educacionais permitem às instituições de ensino superior a possibilidade de suprir dificuldades e necessidades que os meios tradicionais não proporcionam. É o que pensa Ricardo Ponsirenas, reitor dos centros universitários FMU e FIAM-FAAM. Para o profissional, utilizar esses produtos faz com que as IES não apenas se mantenham atualizadas em relação ao mercado, como também garantam uma conexão com o que está por vir.

Ponsirenas explica que essa prática de produto proporciona diminuição do ciclo de criação, desenvolvimento e revisão de produtos. “Numa prática de discovery contínuo, por exemplo, a instituição estará sempre num processo de pesquisa e entendimento sobre quem é seu aluno e quais dimensões de produto são importantes para cada grupo de programas. O que o aluno de direito valoriza? Quais são os seus receios? O que ele quer conquistar? E, do outro lado dessa mesma moeda, as dimensões de produto ajudam a IES a entender quais são as alavancas de diferenciação nas quais ela precisa investir”, comenta. Além de melhorar e de personalizar a experiência dos alunos, os produtos digitais podem potencializar o crescimento de uma IES e a geração de demanda.

Segundo o reitor, isso faz com que a instituição esteja sempre testando alguma nova solução, seja ela digital ou não. “Assim fica fácil entender o que tem impacto real para o aluno, o que funciona e, principalmente, o que precisa ser removido”, acrescenta.

“Uma IES que adota as práticas de criação e gestão de produtos de forma integrada consegue mapear com mais facilidade as características e necessidades de seus estudantes e encontrar soluções inteligentes que vão beneficiá-la na atração de novos alunos e na melhoria dos indicadores de satisfação e permanência”, ressalta.

O desenvolvimento de estratégias na prática

O reitor traça um paralelo com a oferta de produtos no mercado das startups, em que a área de produtos normalmente faz parte da área de tecnologia, “o que faz sentido porque os produtos são digitais”. Já no ensino superior, o produto está na academia, que muitas vezes tem resistência a essa abordagem. “A maturidade empresarial das instituições de ensino também pesa muito nesse ponto. Normalmente com décadas de atuação, as IES já têm processos bem estabelecidos e produtos muito sedimentados”, pontua.

“Criar uma área de produtos como as das startups provavelmente vai criar mais atrito do que soluções. Minha experiência sugere que a melhor estratégia nesses casos é criar uma área de ‘novos produtos’, que precisa estar muito integrada às lideranças acadêmicas, ao marketing, ao time de operações e ao time comercial. Essa área começará lidando com novos projetos, com demandas de revisão de produtos que estejam com problemas e, por meio deles, difundirá as práticas de criação, design e gestão de produtos. Dessa forma a cultura de produtos se dissemina pela instituição de forma mais natural”, sugere.

Em relação à transformação educacional, Ponsirenas lembra que, na prática, é o mundo que está em transformação e as transformações dos diversos segmentos são respostas a isso. “Alguns segmentos, como o de entretenimento e mesmo o bancário, reagem mais rápido. O segmento educacional reage mais devagar, ou pelo menos parte dele. As edtechs que atuam no mercado não regulado, por exemplo, conseguem acompanhar essas transformações sem muita dificuldade. O obstáculo para as instituições de ensino, no entanto, está longe de ser a regulação”, diz.

De acordo com o reitor, as IES costumam ter dificuldade em colocar o estudante no centro do processo de design de produtos educacionais e de criar uma experiência de aprendizagem que atenda às suas necessidades, expectativas e objetivos. “As mudanças no mercado de trabalho deveriam ser entendidas como oportunidades para as IES. As pessoas hoje já entendem a necessidade de ‘aprender para o resto da vida’ e a maioria das universidades corporativas têm encontrado dificuldades em atender a grande demanda por capacitação.” Para Ricardo Ponsirenas esses dois fatores abrem uma avenida de possibilidades, “mas para ter sucesso nesse cenário as IES precisam ser mais ágeis e digitais.”

Por: Revista Ensino Superior