Como posso fazer meu filho pequeno se sentir à vontade para ir a escola?

Publicado por Sinepe/PR em

Especialista dá dicas de como os pais podem lidar com as angústias das crianças antes da entrada na escola

Sabemos que a adaptação das crianças na escola mexe com o sentimento da família inteira. De um lado há os pais que estão entusiasmados de ver o crescimento dos filhos e começando algo importante. Do outro, a angústia da separação e a insegurança em relação à maior exposição a doenças. A familiarização das crianças na educação infantil é algo que traz dúvidas para muitos adultos.

As crianças inclusive tem um mix de emoções quando vão a escola pela primeira vez. Entre elas estão a ansiedade, medo e a euforia com essa mudança de rotina.

“A adaptação é uma transição, eu tenho meu local seguro, espaço privado e eu vou para um espaço coletivo. Possui um funcionamento diferente, pessoas diferentes do meu convívio, da minha relação e que fazem parte de uma comunidade”, diz Hannyni Mesquita, coordenadora pedagógica da Educação Infantil do Centro Pedagógico dos colégios da Rede Positivo.

Em entrevista no Estúdio do Bem Paraná, Hannyni destaca que o momento de entrar em uma escola deixa famílias angustiadas especialmente por “delegar” os cuidados de alguém que está começando a vida para outras pessoas. “Começa pela confiança, mas não é receita de bolo! Uma família que confia na escola e fala assim: essa foi a melhor escolha. Essa escola precisa ser amorosa para receber e acolher aquele ser que está em formação”.

Como lidar com o choro?

O momento do choro da separação é algo que desespera muitos pais e mães. Hannyni afirma que antes de tudo é preciso perceber que o choro é uma expressão do que as crianças não conseguem falar.

“Se colocar no lugar da criança! Não sei quantas vezes vocês passaram por isso, mas quando eu vou em um lugar novo, fui para uma festa. A pessoa que está no seu primeiro dia de um emprego! Com quem eu falo? Em quem eu confio? Esse novo ele traz uma insegurança, ele desestabiliza”.

Na visão dela, a missão da família e da escola não deve ser de conter o choro, mas sim acolher e e ajudar essa criança. “A gente sempre fez isso, faz e orienta que com conversas com as famílias e com os professores, às vezes são necessários ajustes de horários para essa criança”, diz.

“a gente deve entender que o choro ele não é ruim, ele faz parte e aí, claro, a gente tem que entender o limite disso”, complementa Hannyni

Adultização das crianças

Rotinas sobrecarregadas, agendas lotadas de atividades, uso de roupas, acessórios e equipamentos eletrônicos inadequados para a faixa etária, essas são são situações cada vez mais comuns na vida de crianças. Elas muitas vezes são estimuladas pelos pais e pela sociedade a adotar hábitos e comportamentos que não são apropriados para a idade que possuem.

“A gente tem roubado deles um momento essencial para aprender, se desenvolver, interagir, brincar, ter o ócio e para criar. O adulto acaba deixando porque acha que alguns comportamentos são bonitinhos, diz Hannyni”

Para conferir o restante do conteúdo assista a entrevista: https://www.youtube.com/watch?v=LyiJk9HYJeg

Por: Bem Paraná