Saiba como usar a programação neurolinguística na educação

Publicado por Sinepe/PR em

PNL ganhou destaque em diversos contextos e pode favorecer a criação de uma relação mais saudável das crianças com os estudos

A programação neurolinguística (PNL) tem sido cada vez mais utilizada em diversos contextos, como nas práticas esportivas, nos relacionamentos profissionais e no dia a dia escolar. Na educação, a PNL tem se mostrado uma estratégia eficaz para melhorar a relação das crianças com os estudos.

O que é a programação neurolinguística?

Já reparou como um mesmo pedido pode gerar respostas diferentes, dependendo do jeito que ele é feito? Por exemplo, se em vez de falar: “vamos tomar banho”, você perguntar: “qual brinquedo você quer levar para a banheira?”, você criará uma escolha para a criança e, com isso, ela tenderá a reagir com menos resistência à hora do banho. Isso porque se rompe a barreira inicial, que é a ideia de parar de brincar para ter tal momento de higiene.

O pequeno só precisa lidar com a decisão sobre o brinquedo selecionado, que é muito mais interessante. Isso é basicamente um exercício de programação neurolinguística.

A PNL se refere a um conjunto de técnicas para “instalar” certos comportamentos e atitudes de forma quase subconsciente. Trata-se de modelar a maneira como a criança interage com o mundo ao seu redor, de um jeito mais positivo.

Isso ocorre porque as linguagens verbal e não verbal são recursos excelentes para alterar a percepção da criança (ou de adultos, em outros contextos). Acredite: a forma como recebemos as informações do mundo tem um impacto enorme sobre nossas atitudes.

Como a PNL é utilizada na Educação?

Assim como acontece com a hora do banho, os estudos nem sempre são o momento preferido dos pequenos, não é? Então, a programação neurolinguística ajuda a condicionar uma atitude mais positiva e produtiva da criança em relação às tarefas escolares.

Nas escolas, a PNL contribui com uma perspectiva pedagógica mais humanizada, que coloca o aluno no centro dos esforços de professores e gestores. Esse entendimento de como a percepção afeta os comportamentos do estudante torna a equipe mais preparada para lidar com diferentes formas de aprendizagem.

A percepção sobre as particularidades cognitivas de cada pessoa também impacta a interação entre educadores e estudantes. Com a expansão da técnica, compreendemos que nossa forma de comunicação provoca diversas reações nos interlocutores.

Então, o professor pode conduzir o “estado mental e emocional” da turma nas entrelinhas de suas falas. Dentro de casa, a PNL também é muito bem-vinda para auxiliar na criação dos filhos como um todo, inclusive, em se tratando da parceria entre família e escola.

Os pais podem aplicar técnicas e pressupostos da programação neurolinguística para desenvolver, desde cedo, uma relação positiva dos pequenos com os estudos. Isso faz enorme diferença na trajetória escolar.

Quais são as vantagens da PNL?

A PNL é muito vantajosa para que as pessoas aprendam a adotar atitudes mais positivas. Então, podemos dizer que ela contribui com o autoconhecimento e o autocontrole, favorecendo o desenvolvimento socioemocional, o que é extremamente importante na infância.

Sabe aquela história de que podemos encontrar uma solução para cada problema ou um problema para cada solução? É claro que nem sempre o controle da situação está ao nosso alcance, mas nossa atitude diante dos mais variados contextos faz enorme diferença no nosso manejo deles.

Isso é determinante para a construção de uma relação produtiva da criança com os estudos, o que traz muitos impactos, como:

• melhora na performance e no aprendizado;
• comunicação mais eficaz;
• desbloqueio de crenças limitantes e disfuncionais;
• menos estresse e ansiedade;
• melhora da capacidade de tomar decisões;
• superação de dificuldades nas tarefas;
• construção de padrões comportamentais saudáveis;
• desenvolvimento da autoconfiança e do protagonismo.

Como aplicar a PNL no aprendizado dos pequenos?

Ancoragem
Essa técnica ajuda a criar condições de lidar com certa situação a partir de âncoras positivas, que impedem que as emoções fiquem à deriva. Isso contribui para que a criança desenvolva uma capacidade de autorregulação, modulando seu comportamento para se adaptar a certa demanda.

Se seu filho fica nervoso quando precisa apresentar um seminário ou realizar uma avaliação, é interessante que ele tenha um “gatilho” mental para controlar essa ansiedade. Uma estratégia é reproduzir mentalmente palavras como “eu sei que sou capaz porque me preparei o suficiente”, impedindo pensamentos desestimulantes.

A ancoragem também tem a ver com a associação de informações em nosso cérebro. Aqui, vale a pena saber quais são as múltiplas inteligências para explorar diversos estilos de aprendizagem e entender de que forma seu filho “ancora” melhor suas descobertas.

Por exemplo, estudantes visuais preferem representar informações por meio de imagens, como mapas mentais e ilustrações. Já os estudantes mais cinestésicos podem aprender melhor com elementos práticos e materiais, como ocorre na cultura maker.

Rapport

O rapport consiste em criar uma relação de confiança com a criança por meio da reciprocidade. Assim, ela é induzida a ter os comportamentos e as atitudes desejadas não por causa de uma imposição, mas sim por conta dessa conexão criada com você.

Isso permite que o pequeno se veja nesse lugar de fala dos pais, desenvolvendo sua empatia e se tornando mais predisposto à colaboração. Alguns exemplos de expressões que geram reciprocidade são:

“assim como você, eu também gosto de jogar no celular, mas está na hora de fazer seu dever de casa”;
“tenho certeza de que, assim como eu, você adora estudar para aprender tantas coisas novas”.

Linguagem positiva
Em vez de utilizar expressões negativas com a criança, indo pelo viés da proibição ou da reclamação, é interessante tentar o caminho inverso. A solução é escolher sempre uma disciplina positiva, redirecionando o foco. Veja:

“eu gostei de como você está disposto a tentar de novo”, em vez de “não quero ver você errando esse exercício outra vez”.

Como você viu, a programação neurolinguística contribui para modelar comportamentos melhores com o poder das ações e das palavras. Vale a pena usar a PNL na Educação para contribuir com a construção de uma relação positiva dos pequenos com os estudos.

Por: Catraca Livre