Como o afeto ajuda no desenvolvimento cerebral dos bebês

Publicado por Sinepe/PR em

Se o mundo muda, a maneira como aprendemos também. Nos últimos vinte anos, descobriu-se que um dos períodos mais fundamentais (senão o mais fundamental) da vida do ser humano é a primeira infância. Mas por quê?

Basicamente, a primeira infância é o período em que o cérebro é moldado de acordo com todas as informações que recebe. Sim, moldado. Segundo psicanalítica britânica Sue Gerhardt – autora do livro “Por Que o Amor é Importante Como o Afeto Molda o Cérebro do Bebê”, publicado no Brasil pelo selo Artmed –, o amor nos primeiros anos de vida é importante para os bebês porque reflete positivamente no desenvolvimento cerebral deles.

Os sentimentos afetivos e as interações com os cuidadores transformam o modo como o pequeno enxerga o mundo. Nesse sentido, carinho, amor e atenção são as chaves para um desenvolvimento pleno.

Desde os primeiros dias de vida
É importante propiciar um ambiente confortável para uma criança nos primeiros anos de vida. Se o bebê receber esse suporte dos pais, o cérebro e os sistemas corporais irão desenvolver-se adequadamente. Tudo porque o organismo dedicará toda sua energia ao crescimento.

Quando um menino ou menina não têm o suporte dos cuidadores, o sistema de alerta e o instinto de sobrevivência é “acionado”. E isso faz com que o desenvolvimento não aconteça da forma que deveria.

A série-documentário Bebês em Foco, da Netflix, estreou em 2020 e apresentou um trabalho feito por 15 cientistas que estudaram o vínculo entre pais e filhos. Durante os episódios são apresentadas as principais etapas de desenvolvimento do bebê, desde o vínculo inicial com a mãe, a introdução alimentar, as primeiras palavras e os primeiros passinhos.

É no começo da nossa vida que nossas personalidades são formadas. Por conta disso, ações como brincar, conversar, cantar e passear são fundamentais para criar o vínculo afetivo e ajudar no progresso cerebral e social.

A atenção, o cuidado, o carinho e a socialização são alguns aspectos de formação da estrutura cognitiva e psicossocial dos pequenos. Sendo assim, o cérebro é estimulado a novas descobertas, como entender e aprender coisas novas.

Segundo Sue Gerhardt, os bebês são “inacabados” e indefesos. Eles precisam dos seus cuidadores para sobreviver.

A antropóloga americana Katie Hinde, por exemplo, descobriu a importância da amamentação. Ela aparece no segundo episódio da série Babies e relata parte dos seus estudos. De acordo com Hinde, o leite materno é fabricado de acordo com a necessidade do corpo do bebê. Ou seja, cada criança recebe um leite diferente, feito especialmente para ela. Isso porque a mãe e o bebê possuem conexões por meio de fluidos, trocados na amamentação, e da disposição cerebral que a genitora tem para interpretar os sinais do seu bebê.

Por: Desafios da educação