Com 113 mil participantes, Fuvest detectou apenas 2 casos de Covid

Publicado por Sinepe/PR em

A Fuvest, responsável por selecionar vagas na graduação da USP (Universidade de São Paulo), diz ter sido aprovada no próprio teste que criou em 2021.

Diante do desafio de fazer o vestibular em meio à pandemia, a fundação registrou um baixo índice de contaminação pelo coronavírus e nenhum óbito entre participantes e aplicadores nesta edição.

Foram dois casos positivos entre os participantes monitorados nas duas fases do vestibular, que atraiu 113.468 pessoas, na primeira etapa e pouco mais de 33 mil na segunda.

Para não impedir o ingresso de novos estudantes na USP neste ano de pandemia, a fundação implantou um programa de biossegurança para conter a propagação do vírus durante o exame.

Aprovado pelo Centro de Contingência da Pandemia, do governo Doria (PSDB), o programa determinou que a taxa de ocupação das salas onde as provas fossem realizadas não passasse de 40%. Os candidatos tiveram de usar máscara e ficaram sentados a 1,5 metro de distância um do outro.

A falta de regras claras de segurança, por exemplo, levou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) a registrar recordes de abstenção tanto na modalidade presencial como na digital.

Sob as regras do programa de biossegurança, a Fuvest monitorou 300 pessoas com suspeita de contaminação na primeira fase –entre participantes e aplicadores do exame. Destes, nenhum caso evoluiu para Covid-19.

Um dia depois da primeira fase, em 10 janeiro, um teste positivo para Covid-19 foi apresentado. Para a instituição, o resultado indicou que o participante já estava doente. O que não foi possível precisar é se ele poderia transmitir ou não o vírus.

Os demais candidatos e os aplicadores da prova que estavam na mesma sala do vestibulando com Covid-19 não relataram à Fuvest se também foram infectados.

Na segunda fase, realizada entre 21 e 22 de fevereiro, outro candidato testou positivo para Covid-19. O participante também procurou a Fuvest para relatar o fato. Ele afirmou que estava com o coronavírus cinco dias depois da segunda etapa de provas e teve seu quadro de saúde acompanhado pela equipe médica da Fuvest por e-mail.

Está aí a grande questão: a Fuvest só monitorou os casos suspeitos que chegaram até ela. Se um participante estava com Covid-19 e não comunicou a fundação, nada pôde ser feito.

O candidato da segunda fase estava assintomático e respondeu as provas num prédio da capital paulista numa sala com outras 19 pessoas, além de mais cinco da equipe da Fuvest.

Matheus Torsani, médico-assistente da Fuvest e responsável pela elaboração do plano de biossegurança, diz que os demais candidatos da sala não foram acompanhados porque não houve desrespeito às regras. “Analisamos o relatório sobre todas as ocorrências da sala, e nenhuma pessoa presente ali desrespeitou as normas de biossegurança”, diz.

Segundo Torsani, o distanciamento social, a ventilação do espaço e o uso de EPIs, como máscara e álcool em gel, foram suficientes para proteger os demais participantes. “Comunicar o registro de teste positivo só causaria pânico nesse caso”, afirma.

O médico também disse que monitorou o canal “Fale Conosco”, espaço reservado para os candidatos informarem se estavam com sintomas ou com resultado positivo para Covid-19, mas nenhuma das 19 pessoas se manifestaram.

Elas seriam monitoradas, afirma Torsani, caso houvesse ao menos dois casos suspeitos de Covid-19 na sala e algum registro de desrespeito às regras. “Entendemos que, neste caso, não houve contaminação cruzada.”

O candidato com Covid-19 que participou da última etapa das provas não teve piora no quadro de saúde, completa o médico.

Por: Folha de São Paulo