Quase metade dos participantes tinha financiamento público no exame que avaliou mais de 8,8 mil cursos
O Governo Federal auxiliou financeiramente 46% dos cerca de meio milhão de estudantes que realizaram o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2018. São alunos que cursaram o ensino superior por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do Programa Universidade para Todos (ProUni), por exemplo. O dado faz parte do balanço feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do exame, em conjunto com o Ministério da Educação.
Durante coletiva de imprensa para detalhar as informações do balanço nesta sexta-feira, 4 de outubro, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, destacou que o percentual mostra o dinheiro do cidadão sendo aplicado na educação de jovens brasileiros. “O pagador de imposto está ajudando estudantes a concluírem o curso de graduação. O jovem que não tem recursos encontra, no financiamento público, um mecanismo para cursar o ensino superior”, afirmou o ministro.
Na edição de 2018 do Enade, 8.821 cursos foram avaliados, de um total de 1.791 instituições de educação superior públicas (227) e privadas (1.564), nas modalidades presencial e a distância.
A análise focou nos cursos de bacharelado em:
- administração;
- administração pública;
- ciências contábeis;
- ciências econômicas;
- comunicação social – jornalismo / publicidade e propaganda;
- design;
- direito;
- psicologia;
- relações internacionais;
- secretariado executivo;
- serviço social;
- teologia;
- turismo.
Também foram avaliados os cursos superiores de tecnologia nas áreas de:
- comércio exterior;
- design gráfico, de interiores e de moda;
- gastronomia;
- gestão comercial, financeira, da qualidade, de recursos humanos e gestão pública;
- logística;
- marketing;
- processos gerenciais.
O levantamento apresenta, ainda, o perfil socioeconômico dos participantes e os resultados de indicadores de qualidade da educação superior: o Conceito Enade e o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD). O primeiro, que avalia os cursos por intermédio dos desempenhos dos estudantes, mostra que não houve diferenças significativas de resultados entre os cursos das modalidades presencial e a distância.
Para Weintraub, os resultados demonstram que, nos cursos avaliados, não há queda na qualidade da educação recebida por estudantes do ensino superior a distância, uma preocupação em relação à modalidade. “Os números nos dão tranquilidade para seguir na intensificação do ensino a distância no Brasil. […] Não vamos fugir dessa modalidade, que é mais eficiente do ponto de vista econômico e de organização do tempo dedicado aos estudos”, afirmou o ministro.
O IDD, por sua vez, mensura o valor agregado pelo curso de graduação em relação ao desenvolvimento do estudante, com base nos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Enade. Nesse caso, 21% dos cursos presenciais e 10% a distância tiveram conhecimentos agregados para além do projetado.
O presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que o exame é importante para refletir sobre a qualidade do ensino superior no Brasil e que o Inep quer incentivar estudantes a realizarem a prova. “Nós estamos trabalhando para melhorar o Enade no sentido de criar uma política de incentivo para os estudantes realizarem o exame. O objetivo é que as notas atingidas possam ser utilizadas em currículos e façam diferença na busca por emprego, por exemplo”, afirmou.
A coordenadora-geral de Controle da Qualidade da Educação Superior do Inep, Fernanda Marsaro, também participou da coletiva.
Enade – Aplicado desde 2004, o Enade avalia o desempenho dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos propostos e às habilidades e competências desenvolvidas pelo estudante durante sua formação. O exame é obrigatório nesse caso. Quem não realizar a prova e não responder ao Questionário do Estudante fica impedido de colar grau.
Resultados – O levantamento na íntegra está disponível no portal do Inep em Relatórios Síntese de Área e Relatórios de Curso e de Instituição de Ensino Superior. Já o Boletim do Estudante está liberado no Sistema Enade, com acesso restrito ao participante.
Fonte: Inep
Data: 04/10/2019