EAD alcançou 49,2% do total de matrículas em 2023

Publicado por Sinepe/PR em

Inep apresentou os dados do Censo da Educação Superior

Em 2023, no Brasil, o número de matrículas no ensino superior foi de quase dez milhões, 5,6% a mais do que em 2022. Entre 2013 e 2023, o aumento foi de 36,2%, com uma média de crescimento anual de 3,2%. “A educação superior continua crescendo, ainda há uma demanda por vagas na graduação, precisamos atender, ouvir a sociedade, os jovens querem estudar, esse é um dado que nos enche de orgulho”, disse Leonardo Barchini, ministro da educação substituto, na divulgação dos dados do Censo da Educação Superior, realizada pelo Inep hoje, 3 de outubro.

A apresentação foi realizada pelo diretor de estatísticas educacionais, Eduardo Moreno. Também estiveram presentes o secretário de educação do MEC, Alexandre Brasil; a secretária de regulação e supervisão do ensino superior, Marta Abramo e presidente do Inep, Márcio Palácios.

As matrículas nas IES privadas correspondem a 79,3% do total de matrículas na graduação. Houve queda de matrículas na ordem de -0,4% na rede pública em relação à 2022, enquanto a rede privada, no mesmo período, registrou um crescimento de 7,3%.

O crescimento do número de matrículas se deve ao EAD, que atingiu quase cinco milhões em 2023, cravando uma participação de 49,2% do total de matrículas da graduação. Em 2023, o EAD teve 13,4% a mais de matrículas em relação a 2022, um pouco menos do que no Censo anterior, que chegou a 16,5%; nos cursos presenciais, houve retração de -1,0% no número de matrículas.

Dos mais de 1,3 milhão de estudantes que concluíram seus cursos de graduação em 2023, 43% deles estavam alocados em cursos EAD e 57% em cursos presenciais. Os dados destacam que, em relação a 2022, o número de concluintes em cursos de graduação presencial teve queda de -2,5%. Na modalidade a distância, houve crescimento de 22,2% no mesmo período.

Rede pública chega a um milhão de vagas

Em 2023, foram oferecidas mais de 24,6 milhões de vagas em 45.959 cursos de graduação e cinco cursos sequenciais, sendo 74,2% vagas novas e 25,4% vagas remanescentes. A rede privada ofertou 95,9% deste total e a rede pública, 4,1%.

As vagas públicas de educação superior, destacou Barchini, cresceram cerca de 19%, atingindo um milhão, pela primeira vez. Especificamente na rede federal, nos institutos e universidades, o aumento foi de 25%. “A recuperação orçamentária de 2023, a recomposição tanto das universidades quanto dos institutos, mostra resultados imediatos, correlação direta entre investimento público e aumento de oferta de vagas”, destacou Barchini.

Tecnológicos continuam a despontar

Os cursos tecnológicos representam 20,4% do total de matrículas de graduação realizadas entre 2022 e 2023, 82,4% delas em cursos EAD. Em relação a 2022, registrou o maior aumento de matrículas entre os graus acadêmicos, 11,9%. Também registra o maior percentual de aumento de concluintes, no mesmo período, chegando a 26,5%. O bacharelado teve 5,2% a mais de concluintes e na licenciatura houve queda de -9,7%.

Cotistas e prounistas têm maior percentual de conclusão

Entre os alunos cotistas da rede federal, 51% concluíram a graduação em 2023. Entre os não cotistas, o percentual foi de 41%. Entre os prounistas, na rede privada, 58% terminaram seus cursos, enquanto entre os não beneficiados pela política de acesso, foram 36%. Dos alunos que se valem do Fies, 49% concluíram, entre os que não utilizam o auxílio, 34%.

Para Barchini, esses percentuais apontam para a efetividade das políticas de acesso. “Isso nos dá pistas para aquilo que temos de fazer daqui para frente e nos faz refletir sobre a necessidade de expansão dessas políticas, porque são eficazes”.

Por: Revista Ensino Superior