Pessoas com deficiência na universidade – desafios e novas perspectivas

Publicado por Sinepe/PR em

Edu O. fala sobre a limitada percepção dos bípedes

Edu O. é professor da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia. É dançarino e coreógrafo do Grupo X de improvisação em dança, que surgiu dentro da UFBA e já percorreu várias cidades no mundo todo. No novo episódio do Podcast Gestão do Ensino Superior – Prosas, ele compartilha a sua trajetória de artista e acadêmico e como essas duas vertentes puderam se encontrar.

Primeiro professor universitário de dança cadeirante do país, o educador recorda a infância no município de Santo Amaro, Bahia, quando acompanhava filmes e novelas, e acendia em si o desejo de ser artista. “Eu não me reconhecia pela falta de representatividade de pessoas com deficiência nas artes, na mídia e nos espaços em geral. Isso melhorou um pouco, mas continuamos ausentes, inclusive na formação”, conta.

De acordo com o Censo da Educação Superior do Inep, de 2022, apenas 0,8% das matrículas nas faculdades e universidades foram de pessoas com deficiência, englobando, nesse item, os alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e superdotação. O percentual atesta as dificuldades de acesso ao ensino superior para pessoas com deficiência. “Esse dado é grave. E não é só entrar, abrir a porta e dizer ‘entre’. Como é que a gente permanece? Como as metodologias se estabelecem para acolher essa diversidade?”, indaga o professor.

Sobre os desafios para a permanência das pessoas com deficiência nas instituições de ensino superior, cita os impactos da falta de acessibilidade urbanística. “Fora a metodologia aplicada pelos docentes. Existem professores que apresentam falas altamente capacitistas e que apresentam desejos de ausência dessas pessoas por não saberem lidar com as deficiências”, menciona. “Essas pessoas não deveriam ocupar esses espaços porque existem pessoas que já sabem lidar.”

Com apresentação dos jornalistas Sandra Seabra Moreira e Gustavo Lima, o episódio está disponível nas principais plataformas de podcasts. Acesse o canal de sua preferência e acompanhe a conversa na íntegra.

Por: Revista Ensino Superior