O valor da educação integral

Publicado por Sinepe/PR em

No novo episódio do podcast Gestão do Ensino Superior, Mozart Neves Ramos comenta a importância da educação e humanizada

Com a desmaterialização e a digitalização do mercado e das relações, a humanização entra na educação como um caminho para garantir a qualidade, a boa formação docente e a valorização de alunos e professores, além de auxiliar no combate à evasão escolar. No novo episódio do podcast Gestão do Ensino Superior, Mozart Neves Ramos comenta a importância da educação integral e humanizada.

O bate-papo tem início com reflexões sobre o fazer docente. Para Ramos, “o verdadeiro professor nunca estará pronto, ele é sempre um aprendiz”. Na avaliação do especialista, o educador que se sente “extremamente pronto” não percebeu que ainda tem muito a aprender.

Segundo Ramos, em um contexto de metamorfose da educação, o ensino superior passa por um grande desafio. “Percebemos o quão a sustentabilidade financeira é fundamental para as universidades públicas. Resolver a questão da autonomia universitária para as universidades federais brasileiras é urgente, até mesmo pelo equilíbrio financeiro”, diz.

No universo das IES particulares, há o desafio de compreender a maneira de fidelizar mais alunos. “O Fies foi muito importante para a sustentabilidade desse segmento, mas isso até meados de 2017. Atualmente tem cerca de 100 mil matrículas, o que não é nada em relação ao universo das matrículas em instituições particulares”, pontua.

O educador também comenta a mudança de peso do diploma. “O mundo mudou. O diploma, que antes era ponto de chegada, hoje é apenas um ponto de partida. Temos que pensar qual educação devemos prover aos nossos estudantes para que eles desenvolvam competências e habilidades para viverem nesse cenário disruptivo.”

Sucesso na formação humana

Após o primeiro mandato como reitor na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ramos recebeu um convite do governo japonês para uma viagem ao Japão. A janela do hotel em que se hospedou tinha vista para uma indústria. Ramos pôde observar os funcionários que, diariamente, saíam para se exercitar. “Em uma das poucas folgas que tive, pedi para ir à empresa para entender o que se passava. Lá, o responsável pela área de recursos humanos me disse algo interessante: não basta capacitar as pessoas, é importante que elas tenham qualidade de vida, pois sem saúde e bem-estar, a capacitação será perdida”, relata.

Com a experiência em mente, em seu retorno à UFPE – quando começava o segundo mandato como reitor –, o profissional fez uma mudança na pró-reitoria administrativa, que passou a se chamar “pró-reitoria de gestão de pessoas e qualidade de vida”.

“Tornei o campus ‘um brinco’ do ponto de vista de bem-estar, beleza e flores. Jacques Marcovitch, reitor da USP à época, me ligou pedindo para conhecê-lo, porque fizemos do campus um grande laboratório de qualidade de vida”, relembra.

Com apresentação de Danielle Rodrigues, vice-reitora da Unifeob, o episódio está disponível nas principais plataformas de podcasts. Acesse o canal de sua preferência e acompanhe a conversa na íntegra.

Por: Revista Ensino Superior