Seis dicas de leitura e compreensão dos livros para o vestibular

Publicado por Sinepe/PR em

Além de estudar diversas disciplinas para o concurso, o estudante tem também o desafio de ler criticamente os livros indicados. Algumas dicas podem ajudar nessa missão

O estudante que está prestes a fazer o vestibular, especialmente o da Universidade Federal do Paraná (UFPR), já tem definidos, desde o início deste ano, os livros que serão cobrados na prova. Desta vez, a UFPR divulgou a lista de obras com mais antecedência e isso pode facilitar para a organização do aluno.

Mas como otimizar a leitura, de forma a aproveitá-la ao máximo e se sair bem na prova, juntamente com os estudos de outras disciplinas? A coordenadora de Língua Portuguesa e de Produção de Textos do Colégio Bom Jesus, Cleuza Cecato, tem algumas dicas. Veja:

1 – Não deixar para a última hora: organizar o tempo de leitura para cada livro é importante

Por mais que a universidade tenha divulgado a lista com antecedência, é preciso organização para ler todos os livros com calma, para não acumular essa atividade com as outras tantas que o aluno já tem no decorrer do ano letivo pré-vestibular. Uma dica é estabelecer uma obra por mês, dedicar de uma a duas horas por dia para isso. Assim fica mais fácil conciliar com as outras disciplinas.

2 – Áudio books, leitura orientada, grupos de leitura e outras referências

Os momentos de leitura devem ser previstos nas programações de estudos dos alunos. No entanto, a leitura orientada feita em sala de aula pode ser um ponto de partida, mas há outras estratégias, como áudio books, por exemplo. “Essas estratégias podem ajudar muito a conseguir não só tomar contato com maior número de livros mais rapidamente, mas também a ampliar repertório de percepções sobre o mundo que nos cerca”, observa a professora Cleuza. O estudante pode ainda reunir os amigos para falar sobre a obra – a percepção de cada pessoa é diferente e isso enriquece o debate e, consequentemente, facilita a memorização e interpretação – ou mesmo assistir a filmes, vídeos, ler críticas a artigos sobre o tema – tudo isso podem ser recursos interessantes para o aluno memorizar a história.

3 – Dificuldade para ler não é incomum, mas é possível mudar isso

Leitura é hábito. Segundo a professora Cleuza, é difícil simplesmente passar a ler muito e com produtividade de uma hora para outra, mas sempre é tempo de começar. “Pode ser com um desafio ler alguns minutos por dia, fazer anotações sobre vocabulário e estilo de texto (mais fácil, mais difícil, mais descritivo, com períodos mais longos ou curtos…) e, a partir daí, desafiar-se um pouco mais, como indicar leituras e aceitar indicações de outras pessoas”, diz Cleuza. A professora lembra ainda que hoje, virtualmente, há muitas plataformas que orientam leituras e indicam obras. “Vale a pena usar isso a favor dos estudos”, completa.

4 – Não se culpar por não gostar dos temas dos livros

Listas de livros solicitados em vestibulares atendem critérios específicos, e não necessariamente são obras apaixonantes para os leitores de uma forma geral. Então, em relação a esses títulos, a sugestão da professora é: “cumpra seu papel de estudá-las para o vestibular específico. Se puder, aproveite conteúdos e abordagens que elas trazem para suas redações e não se culpe por não gostar de alguma ou algumas delas. Mas se pergunte verdadeiramente o que acontece caso você não sinta apreço por nenhuma”, aconselha. A professora diz que talvez o estudante não esteja lendo aquela obra da forma mais adequada. “Para ler um livro de maneira adequada, é preciso compreender o estilo de escrita e a relação do enredo com o período histórico”, ressalta.

5 – Interpretar, sempre! Não se esqueça de que os vestibulares vão focar nisso!

Fazer leitura crítica é o ponto alto das habilidades de um bom leitor. Os vestibulares apostam na valorização de respostas completas dos estudantes, e muito bem articuladas. Por isso, é importante fazer uma leitura mais atenta.

Para melhorar nesse quesito, a professora Cleusa diz que o aluno não deve somente ler a obra para conhecer o enredo, mas é importante compreender como a narrativa se insere no momento histórico, como e quanto dialoga com outras narrativas, autores da mesma obra citada, ou de outros momentos, e qual é a qualidade de sua construção. “São características reconhecíveis e muito interessantes para desenvolver a percepção de que nem toda leitura é fácil ou nem todo enredo é igual”, diz a professora. Por isso, é tão importante que os professores se atentem para isso. “Essas habilidades ajudam muito os estudantes a responderem a questões que vão desde a memorização de enredo até a análise de aspectos culturais ou estruturais pertencentes à obra”, ressalta Cleuza.

6 – Memorizar detalhes importantes da obra fazendo resumos e resenhas

Para tentar lembrar alguns detalhes importantes do livro na hora da prova, é interessante fazer resumos, fichamentos e resenhas dos principais trechos, dos personagens. Mas principalmente do momento histórico em que o texto foi construído: anotar alguns pontos sobre isso ajudará na compreensão da política, da cultura da época. Escrever sempre ajuda a guardar alguns trechos importantes do livro. Mas a professora ressalta que memorizar não significa decorar. “Guardar na memória com produtividade vai além de apenas saber reproduzir a história. É preciso exercitar maneiras de relacioná-la com temáticas contemporâneas”, ressalta. Sem falar que um resumo pode auxiliar o estudante na véspera, caso queira relembrar da obra.

Já a análise da estética literária possibilita avaliar como a obra foi escrita. Colocar no papel quais são as características de estilo da obra, qual estrutura de narrativa o autor utilizou, entre outros pontos, pode ajudar bastante na hora da prova do vestibular.

Por: Colégio Bom Jesus PR