Educação socioemocional pode impulsionar resultados acadêmicos

Publicado por Sinepe/PR em

Atualmente, não basta apenas o aluno compreender e saber aplicar o conteúdo exposto em sala de aula. Agora, também é fundamental que os estudantes tenham habilidades para resolver conflitos, saibam identificar emoções, tenham empatia e saibam respeitar seus próprios sentimentos. Por isso, a educação socioemocional se torna cada vez mais importante nas escolas.

Prova disso é que muitos colégios têm buscado alternativas para melhorar esse processo e, pensando nisso, o Escolas Exponenciais produziu um conteúdo com 10 dicas para ajudar os gestores.

Em Fortaleza (CE), uma escola privada resolveu ir mais além. Deborah Costa, diretora da sede Bezerra, do Colégio Master, conta que a instituição de ensino utiliza a educação socioemocional para impulsionar os resultados acadêmicos.

E foi sobre esse assunto que o Escolas Exponenciais conversou com a gestora. Confira agora a entrevista completa:

Escolas Exponenciais: A educação socioemocional passou a ser ainda mais debatida nas escolas no retorno às aulas presenciais, durante a pandemia. No atual momento, como a escola observa a saúde emocional dos alunos? E como tem sido trabalhado o socioemocional?

Deborah Costa: Há uma nítida mudança nos padrões comportamentais, afetivos, relacionais. Percebemos uma maior sensibilidade, bem como maior vulnerabilidade a situações negativas. Isso pode ser observado em falta de atenção constante, irritabilidade e impulsividade, menor tolerância à frustração, frequentes queixas de dores, menor participação nas atividades escolares, cansaço físico, entre outros.

A escola busca proporcionar atividades de interação e participação que vinculem os estudantes às ações e eventos, há espaço de escuta e acolhida de demandas pessoais e um importante trabalho de respeito a cada um e sua individualidade.

EX: Como a educação socioemocional dos alunos pode contribuir para o desempenho do processo de ensino e aprendizagem?

Deborah Costa: Um indivíduo que pode atravessar sua vida num contexto com menos dificuldades gerais, tem mais probabilidade de canalizar seus objetivos, dentre eles seus estudos.

Suas capacidades de memória, concentração, socialização, manejo de emoções, absorção de informações, elaboração de pensamentos, dentre outras, podem fluir de maneira mais adequada e o sujeito responde a esse contexto sem bloqueios, atrasos e perdas.

EX: Como potencializar os resultados acadêmicos a partir da educação socioemocional?

Deborah Costa: Não existe uma linha homogênea de alcance de um dado através de outro. A subjetividade é particular e desta forma, vamos conhecendo de forma individual, coletiva e por meio de pesquisas científicas que ambientes que geram segurança emocional, por exemplo escolas que acolhem, promovem confiança, estimulam superação de problemas, propõem desafios e buscam compreender as realidades contribuem para que os alunos sintam-se melhor assistidos e assim busquem, de forma gradual, aproveitar melhor os instrumentos que a escola oferece, os próprios potenciais, valorizar a busca por conhecimento, pois assim aproximam-se de descobertas e se motivam.

EX: No colégio, como tem sido esse trabalho para ajudar nos resultados de Olimpíadas e vestibulares? E quais são os resultados que vocês já observam?

Deborah Costa: Diálogos são importantes, parcerias com famílias e colaboradores em prol do desenvolvimento do estudante, apoio em desafios e situações particulares, compreensão de seus limites, estímulo e confiança no cotidiano deles, busca por autoconhecimento e por vivências significativas de aprendizado emocional.

Algumas ações como essas, nos apontam melhoria na frequência escolar, adesão às atividades extracurriculares, confiança em si mesmos, dedicação aos estudos, clima escolar de colaboração e diversão, feedback positivo dos pais, diminuição de estresse e tensão, consequente reflexo de crescimento em desempenho acadêmico geral.

Por: Escolas Exponenciais