Pesquisa destaca temas mais urgentes para universitários no pós-pandemia

Publicado por Sinepe/PR em

Realizado em 21 países, com mais de 17 mil jovens, levantamento reflete a maneira com que estudantes do ensino superior lidam com sustentabilidade, meio ambiente, estudos e mercado de trabalho

Em todo o mundo, 7 em cada 10 estudantes do ensino superior estão preocupados com as mudanças climáticas. Quase um terço desse total (32%) reduziram o consumo de carne nos últimos cinco anos, devido às questões ambientais. E, para 29% dos entrevistados, as transformações do clima podem refletir na decisão de ter ou não filhos. Esses são alguns dos resultados da pesquisa internacional realizada pela Chegg.org, organização sem fins lucrativos, uma das responsáveis pela realização do Global Student Prize.

Realizado com mais de 17 mil jovens universitários de 18 a 21 anos em 21 países (entre eles o Brasil), o levantamento mostra que a pandemia deixou marcas bastante negativas. Para 60% dos entrevistados, o período de distanciamento social “arruinou” sua experiência na faculdade/universidade, e 39% dos jovens acreditam que a crise sanitária causada pela Covid-19 “prejudicará permanentemente suas perspectivas de emprego”. Pouco mais da metade (54%) dos estudantes aprovam a maneira como seus professores ensinam a distância. Um quarto das pessoas ouvidas comentam que têm alguma dívida ou empréstimo relacionado aos estudos, fato que as fez procurar apoio médico devido à ansiedade causada pelo problema.

“Os estudantes universitários estão finalmente se reajustando à vida de estudos presenciais, depois de experimentar a maior interrupção na educação que o mundo já conheceu. Ao mesmo tempo, eles enfrentam profundos desafios sociais, incluindo o aumento da desigualdade, o aumento da automação e as mudanças climáticas”, analisa o presidente e CEO da Chegg.org, Dan Rosensweig. “Neste novo estudo global, os alunos em nível superior foram questionados sobre suas esperanças, medos e bem-estar em geral. Acreditamos que os dados resultantes podem ajudar governos, empresas e instituições de ensino superior a apoiar melhor os alunos nesta era de Covid e após”, afirma Dan.

Recorte nacional
Vinte e um países participaram da pesquisa (Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Quênia, Malásia, México, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Espanha, Turquia, Reino Unido, EUA e Rússia). No Brasil, 1.030 estudantes foram ouvidos para o levantamento. Para 30% deles, o maior problema da atual geração é a distribuição de renda, com “ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres”.

Confira outros destaques nacionais:
• 9 em cada 10 estudantes brasileiros dizem que se preocupam com as mudanças climáticas, sendo que 38% dos jovens pensam nisso todos os dias ou com grande frequência;
• 42% dos entrevistados acham que o Brasil é um bom lugar para se viver;
• 75% dos alunos acreditam que o nível de sua educação os prepara, de forma adequada, para o mercado de trabalho (redução de 6% em relação à pesquisa de 2021);
• 47% do público ouvido gostaria que sua faculdade/universidade oferecesse mais ensino a distância se isso significasse pagar por mensalidades menores;
• 37% dos jovens afirmam que seus professores têm dificuldades ao ensinar online;
• 48% dos estudantes brasileiros gostariam que o diploma levasse menos tempo para ser conquistado, se o valor fosse mais acessível.

Por: Porvir