Novo Ensino Superior: estudantes querem mais tecnologia, prática e inovação, mas sem perder a experiência das relações humanas e presenciais

Publicado por Sinepe/PR em

Por Jorge Siarcos – Diretor-geral do Grupo Educacional Bom Jesus

Os últimos dois anos foram marcados por muitas transformações que trouxeram um aprendizado enorme para todos os segmentos, especialmente para nós, que atuamos na área da Educação. O ensino a distância e o híbrido são exemplos desses desafios que se intensificaram na pandemia. Enquanto há um grande movimento de instituições acadêmicas apostando exclusivamente na expansão do ensino a distância (EaD) em detrimento do presencial, a FAE Centro Universitário tem investido fortemente em um modelo ainda pouco explorado no país e que, à primeira vista, parece apenas um corajoso retorno aos fortes pilares do ensino presencial, mas que vai muito além disso.

Trata-se de um movimento que une o melhor da experiência presencial, da inovação e da tecnologia incorporadas à rotina do aluno. Ainda não há um nome definido para esta modalidade, até porque a FAE tem apostado no próximo salto evolutivo do ensino superior. Neste momento, estamos definindo este novo produto educacional como programas integrais. Em resumo, é uma extensão do ensino presencial, que ocorre no contraturno dos cursos, mas que é totalmente diferente de uma aula tradicional. Na realidade, são práticas que complementam o conhecimento teórico por meio de projetos aplicados para empresas, negócios e causas reais. Tudo com a exploração da tecnologia de maneira intrínseca à proposta do curso, ou seja, dando mais autonomia aos estudantes e os colocando verdadeiramente no centro do aprendizado.

Prova do sucesso e aceitação desse movimento são os nossos dois cursos com programas integrais que apresentam grande procura pelos alunos e possuem alta taxa de empregabilidade: Management Experience Program (MEP), nossa Administração Integral, e o Law Experience, nosso Direito Integral.

Além disso, anunciamos neste segundo semestre o lançamento de duas novas graduações com programas integrais: Global Economics Program (GEP), que é nossa Economia Integral, e o Architecture Experience Program (AEP), nossa Arquitetura e Urbanismo Integral.

Esses programas integrais têm como premissa aumentar a carga horária das atividades práticas e presenciais. Além disso, visam a aprofundar o ensino, incrementando a grade curricular, com foco num mercado de trabalho cada vez mais exigente. As experiências reais, o desenvolvimento de projetos, além da possibilidade de dupla diplomação (e diplomação internacional) são as características principais dessa visão estratégica da FAE, visando a um maior preparo dos futuros profissionais. Esse movimento da FAE é fortalecido pela tradição e pela qualidade de ensino, com inovações permanentes, seja na graduação, seja na pós-graduação.

No curso de Economia Integral, por exemplo, o aluno terá a oportunidade de vivenciar experiências da nova economia. De acordo com essa lógica de mercado, os recursos intangíveis têm grande valor para o desenvolvimento de novos produtos ou serviços. Dentro da ideia das experiências reais e práticas, os estudantes vão interagir em empresas nacionais e internacionais, parceiras da FAE, e também na Bolsa de Valores, o que lhes proporcionará aprendizado e preparo para o mercado.

Já no programa integral de Arquitetura e Urbanismo, o foco das experiências será ampliado com as tendências de mercado: Art Innovation (foco em criatividade, arte, inovação e comunicação); I Building (como o próprio nome revela, será a oportunidade de o aluno deixar um pouco de lado a visão somente dos projetos, materializando a sua primeira edificação; Sustentabilidade (desenvolvimento de projetos arquitetônicos sustentáveis, além de consultorias com grandes empresas, fomentando a prática profissional); e Business.

Apesar de entendermos a importância da extensão e da valorização do ensino presencial, sabemos que o ensino remoto e o híbrido já se tornaram uma realidade da qual não se pode mais fugir. Tanto que o MEC permite a inserção de até 40% desses modelos digitais nos currículos de graduação. Por isso, em paralelo à oferta de novos cursos e programas presenciais em nosso portfólio, as adaptações para o ensino digital sempre foram feitas na FAE, mesmo antes da pandemia. E não há dúvidas de que isso se fortaleceu durante esse período, quando aplicamos capacitações profissionais com o objetivo de não apenas enfrentar os desafios tecnológicos, mas também as questões de saúde mental, tanto para alunos como para docentes.

Neste cenário de transformação digital, a FAE também inova e lança novos cursos para atender à demanda por profissionais na área de dados, que vem crescendo vertiginosamente nos últimos anos e com salários atrativos. Para se ter uma ideia, pesquisa realizada por uma startup constatou que o crescimento chega a cerca de 500%. O mesmo cenário se verifica no setor de TI: a demanda por profissionais é de 420 mil ao ano, quantidade muito superior à de estudantes da área nas faculdades. Por isso, estamos apresentando a nova graduação em Ciência de Dados.

Também está estreando na FAE o curso de Comunicação Digital. O objetivo é atender a outra grande demanda do mercado por profissionais que saibam criar estratégias e produzir conteúdos e experiências que conectem as empresas com os usuários, que, cada vez mais, consomem produtos e serviços on-line. Somente para exemplificar, cito a pesquisa Maturidade do Marketing Digital e Vendas no Brasil, segundo a qual 94% das empresas escolheram o marketing digital como estratégia de crescimento no último ano.

Apesar de nossa adaptação extraordinária ao remoto, modelo em que o nosso aluno tinha aulas ao vivo (e não gravadas), interativas e com os mesmos professores e turmas de antes, avaliamos que há grandes vantagens na interação “olho no olho”. Notamos que tanto estudantes como professores ganham em conhecimento quando estão mais próximos, pois a comunicação é favorecida enormemente, além de a troca de informações e experiências ser única por conta da empatia facilitada. Estando mais próximos, há chances de promover um networking de alto nível não somente durante o período da aula, mas na conversa no corredor, no cafezinho, na hora do lanche. São as vantagens de se ter colegas e professores “conectados” literalmente, sem a barreira da tela do computador.

Por isso, acredito que estamos em um caminho cada vez mais integrado com as tecnologias, mas sem perder o valor insubstituível das relações humanas, que são ricamente desenvolvidas quantos estamos próximos. Afinal, a educação é feita de pessoas para pessoas e, depois das últimas experiências com o distanciamento social, todos puderam recordar a riqueza das relações em um cenário presencial, com empatia e humanidade.

Por: Bom Jesus