Aprendizados recentes dão pistas sobre processos que as escolas precisam superar

Publicado por Sinepe/PR em

O acolhimento de estudantes e professores na retomada gradual das aulas presenciais em 2021, bem como a importância de diagnósticos para possibilitar processos de recuperação de aprendizagem, não são os únicos pontos aos quais as escolas devem se atentar na volta da vida na escola. Depois de vivências inovadoras, será necessário analisar como incorporar as melhorias alcançadas à rotina escolar e decidir o que deve ficar no passado e não voltar à escola.

Carolina Beltramini, gerente de implementação da plataforma digital de aprendizagem CLOE explica que os benefícios da vivência com o digital em 2020 não se restringem à sala de aula, mas envolvem também a gestão escolar, a formação de professores, o relacionamento entre docentes de outras disciplinas e até mesmo a forma de se relacionar com as famílias. Para a especialista, depois de 2020, as escolas estão mais adaptáveis, ou seja, abriram-se ao uso de novas ferramentas que podem agilizar processos cotidianos.

Para Carolina, depois do caminho percorrido em 2020, é mais provável que os processos colaborativos aconteçam, uma vez que os encontros que não aconteciam presencialmente entre professores de diferentes disciplinas foram facilitados por reuniões virtuais.

Ao invés de todos os envolvidos em um projeto precisarem se reunir presencialmente em um mesmo ambiente, existe a possibilidade de criar um documento a ser compartilhado com todos, que pode ser acessado remotamente, o que também é aplicável entre os estudantes. Vale ressaltar que esses modelos de interação já existiam antes, mas foram reforçados pelas circunstâncias do distanciamento social.

Esse viés colaborativo também se estendeu ao planejamento de atividades entre o corpo docente e coordenação das escolas. “Eu sinto que tanto a coordenação pedagógica quanto a direção estão mais abertas para visualizar a gestão de conteúdo e planejamento de aula com os professores a partir de ferramentas digitais”, comenta Carolina.

Essa também é a percepção de Ana Paula Martins, coordenadora pedagógica da Camino School, ao defender que um dos mais importantes aprendizados em 2020 foi mudar a mentalidade e buscar maneiras alternativas de desempenhar ações do dia a dia. “Nós temos o hábito de fazer as coisas sempre da maneira como estamos acostumados. Por isso, acredito que a primeira habilidade que não podemos deixar de ter depois de 2020 é olhar para o que estamos fazendo e pensar se não existem formas diferentes, melhores e mais práticas de fazer a mesma coisa.”

Tanto Ana quanto Carolina pontuam ainda que os aprendizados relacionados à formação de professores devem ser levados em conta daqui para frente. Se antes havia preferência para formações presenciais, a impossibilidade das mesmas em 2020 abriu caminho para que os profissionais pudessem enxergar os pontos positivos dos encontros formativos online. Ana Paula explica que o modelo online possibilitou a realização de formações simultâneas para todos os professores, ao invés de um representante acompanhar palestras e depois compartilhar os aprendizados com os demais. “Hoje algumas escolas até pedem para as formações serem online, devido à maior facilidade de encontrar horários que funcionem para mais gente”, completa Carolina.

Por Por Vir