Eventos culturais das escolas também migram para o ambiente virtual

Publicado por Sinepe/PR em

Tradicionais exposições artísticas e feiras literárias são adaptadas às telas

NITERÓI — As agendas culturais e sociais das escolas também migraram para a internet. Das tradicionais feiras de livros a exposições de arte produzida pelos alunos, tudo agora cabe na telinha. O burburinho das antes saudáveis aglomerações foi adiado. Mas o espaço para as atividades artísticas continua em cartaz.

Foi da necessidade de fazer arte que o Instituto GayLussac criou dois museus completamente virtuais para expor os trabalhos dos alunos, que encontraram uma forma de se expressar sobre o novo cotidiano: o Museu Estéticas do Isolamento e o ProgramArte.

— Em tempos de pandemia, a reinvenção foi a palavra que nos acompanhou durante toda a trajetória. A potência dos nossos alunos ficou aflorada, e a arte se manifestou de diversas formas. Esses processos criativos são absolutamente vitais para a escola, porque tempo de escola é tempo de construção de sentido — explica Renata Pestana, vice-diretora pedagógica.

Com curadoria das professoras de artes, Bárbara Malaquias, Livia Jesus e Deborah Bivar, o Museu Estéticas do Isolamento reúne exposições do 2º ano do ensino fundamental à 3ª série do ensino médio. Ao entrar no museu, o visitante encontra um resumo de cada exposição, e basta clicar em uma das obras para conhecer os alunos artistas que a produziram.

Já no ProgramArte, o visitante conhece o que está por trás das artes expostas. Ao clicar nos quadros, são exibidos os códigos utilizados para movimentar os pincéis e criar formas geométricas nas telas, por exemplo. A programação entrou na grade obrigatória do GayLussac como mais um método para aprimorar o raciocínio lógico e a capacidade cognitiva dos alunos.

Com o tema “Livro e resistência: vida acesa”, o Miraflores realizou sua primeira Feira do Livro virtual. Combate ao racismo, reflexão sobre os espaços naturais do Brasil e a valorização das culturas indígenas e das variadas culturas do nosso país foram abordados pelas turmas da creche ao ensino médio. A programação à distância, que se encerrou na sexta, contou com exposição de trabalhos em salas virtuais, encontros com escritores e distribuição de livros e kits artísticos em carreatas.

Após o sucesso, uma nova mostra virtual foi marcada para 16 de dezembro, quando serão apresentados projetos de ciências, artes visuais, música, teatro e cinema desenvolvidos pelos alunos.

— A tecnologia é uma ferramenta que ajuda a levar à comunidade escolar a riqueza das aulas e a produção dos trabalhos. O desafio da nossa primeira feira virtual foi mostrar o calor e a paixão pela literatura, mesmo sem estarmos próximos— diz Adriana Bittencourt Guedes, coordenadora de português e literatura do Miraflores.

Por O Globo