Voluntários ajudam a capacitar professor para ensino digital

Publicado por Sinepe/PR em

Empresas de tecnologia, como Facebook, Amazon, Cisco e IBM, e plataformas de ensino digital, estão capacitando professores brasileiros e disponibilizando plataformas de forma gratuita para aprendizagem durante a quarentena. As iniciativas visam, sobretudo, a rede de ensino básico e médio do país. Em uma semana, a IBM recrutou 1.000 funcionários voluntários para a capacitação no uso de uma plataforma de colaboração e videoconferência da Cisco. “O objetivo é ajudar alunos e professores de escolas públicas e privadas a continuarem suas aulas regulares”, afirma Claudia Romanelli, líder de cidadania da IBM para a América Latina.

Os voluntários darão aulas particulares sobre o uso da ferramenta, mas também poderão ajudar remotamente. A IBM diz que a plataforma roda em um aplicativo de celular, o que dispensa a necessidade de os professores terem, por exemplo, um PC. Pensando no uso de ferramentas que possam ser acessadas por celular e exigem baixa velocidade de conexão, o Facebook lançou um programa para capacitar professores brasileiros. “Conversando com especialistas do conselho nacional de educação, vimos que um dos gargalos era a capacitação de professores da rede pública com ferramentas digitais”, diz Andrea Leal, gerente de políticas públicas do Facebook.

O programa virtual de oito semanas prevê treinamento em ferramentas do Facebook, como WhatsApp e Instagram, além de outras do Google, como o Drive, o Classroom e o YouTube. “Mostramos ferramentas que eles podem usar, inclusive no cenário pós-pandemia”, diz Andrea. Ao todo, as três primeiras lives do projeto tiveram mais de 111.000 visualizações, e já são mais de 13.000 inscritos nos grupos de apoio no Facebook, WhatsApp e no site da Nova Escola, que cuida da metodologia.

Um dos beneficiários do programa, diz Ana Ligia Scachetti, gerente pedagógica da Nova Escola, foi o diretor de uma escola do interior do Rio de Janeiro. “Ele conseguiu, nas últimas duas semanas, conectar famílias de alunos em um grupo de WhatsApp”, afirma Ana Ligia. “A demanda dele portanto era básica nesse momento: reunir as pessoas remotamente, incluindo aquelas com acesso restrito a internet, para transmitir as próximas diretrizes da escola”.

Grande parte dos professores brasileiros está atualmente de recesso antecipado e cada Estado brasileiro articula ações diante da pandemia. Em nível nacional, o Conselho Nacional de Educação (CNE) prepara um parecer para orientar escolas no trabalho remoto e ensino a distância.

Em São Paulo, a Amazon Web Services (AWS) disponibilizou gratuitamente a infraestrutura de computação em nuvem para garantir internet para transmissão das aulas de até um milhão de alunos da rede estadual. “É um momento extremamente delicado, mas estamos dispostos a apoiar iniciativas como esta”, disse Jeffrey Kratz, diretor geral da AWS para o setor público na América Latina e Caribe.

Também em parceria com o governo de São Paulo, o Descomplica disponibilizou conteúdo em vídeos e planos de aulas no Centro de Mídias, iniciativa que oferece aos alunos da rede estadual conteúdo via TV (canal da TV Cultura) e por aplicativo. O centro funciona com internet custeada por operadoras. A plataforma do Descomplica está aberta para professores e alunos de todo o país realizarem testes a distância. “As instituições de ensino tinham planos para digitalizarem seu conteúdo e ensino, mas com a covid-19 precisaram fazer isso de forma rápida e urgente”, diz Marco Fisbhen, CEO do Descomplica. A empresa afirma que todos os seus conteúdos estão disponíveis em um aplicativo que permite a alunos e professores baixarem as aulas para assistir offline, exigindo conexão por Wi-Fi apenas uma vez por semana.

Pensando em ajudar estudantes a avaliarem seu aprendizado na rotina on-line de estudos, a Geekie está oferecendo 20 mil vagas para alunos da rede pública em sua plataforma de preparação para vestibulares. Segundo o cofundador Claudio Sassaki, os alunos podem realizar um simulado aos moldes do Enem. “Além de um diagnóstico sobre seu desempenho, o aluno também ganha um roteiro de estudos personalizado, seguindo as deficiências que apresentou”, diz.

Outra plataforma de apoio de ensino, aberta por 60 dias durante a pandemia, é a Matific, que reúne dois mil jogos para aprendizagem da matemática. Desde o fim de março, a plataforma recebeu a inscrição de 200 novas escolas e 11 mil novos cadastros. Dennis Szyller, CEO da Matific Brasil, também afirma que a empresa está doando 1,5 milhão de
licenças para alunos da rede estadual paulista.

por Valor Econômico