Irmãs Passionistas – Um centenário de gratidão

Publicado por Sinepe/PR em

Há 100 anos… uma história tem início e hoje é celebrada com gratidão.

Mas, quem somos?

Somos, Irmãs Passionistas de São Paulo da Cruz, uma Congregação de vida apostólica chamada a ser no mundo “memória de Cristo crucificado e de Nossa Senhora das Dores”. Viemos da Itália, precisamente de Signa, bairro de Florença. Fomos as primeiras Irmãs passionistas que deixamos a Pátria para atender a um chamado específico: cuidar de um orfanato de meninas, em São Paulo, capital. Naquele tempo, a cidade de São Paulo, comparada à de hoje, era uma aldeia…. Mas viemos com garra, dispostas a tudo para vivenciar o carisma e a missão, em novas paragens, em terras de missão, no Brasil.

Éramos três: Boaventura Sabani, Águeda Lopai e Anunciata Innanzi, prontas a difundir a herança recebida da Fundadora, a marquesa Maria Madalena Frescobaldi Capponi, natural de Florença, esposa de Pedro Roberto Capponi, mãe de quatro filhos, mas que só teve a alegria de ver o caçula Gino se desenvolver e tornar-se um grande homem.

Maria Madalena viveu no final do século XVIII até meados de XIX; conseguiu superar grandes dificuldades decorrentes dos tempos das invasões de Napoleão Bonaparte e, com sua rica intuição feminina, constatando as consequências desastrosas na vida das jovens vítimas da marginalização e da exploração, iniciou um trabalho formativo-educativo para as jovens decididas a deixar a vida de prostituição até então submetidas.

Após anos de reflexão e busca dos meios necessários, como a bênção e a aprovação do Papa Pio VII para continuar a obra por ela concebida e dar-lhe fisionomia própria, com um grupo de cinco jovens formadas em sua escola de amor-generativo, no dia 17 de março de 1815, deu início à Congregação das Irmãs Passionistas.

O nome? Passionistas porque, grande admiradora de Paulo da Cruz, fundador dos Religiosos Passionistas, como ele, impregnou-se de amor à Paixão de Cristo e, assimilando e vivenciando a espiritualidade paulocruciana, tornou Paulo da Cruz o “Pai espiritual” da nova congregação.

Com Paulo da Cruz, Maria Madalena “está convicta que não há meio mais eficaz para a conversão e a santificação que a Paixão de Cristo” e ela não hesita em dizer às suas jovens “Vocês são fruto da Paixão de Cristo e das dores de Maria” – eixo da comunidade.
Para responder aos apelos da Igreja e da sociedade contemporânea, e dando continuidade à sua iniciativa, atribuiu às suas filhas a missão educativa evangelizadora. E é ela que alicerça nossas atividades até hoje.

A Fundadora faleceu no dia 8 de abril de 1839 e, consequentemente, houve grande abalo para a comunidade das irmãs e da obra até então existente. Por motivos políticos, a Congregação foi suprimida em 1866. Porém, quando a obra é de Deus, não morre e, aos 14 de setembro de 1872 foi reativada com duas religiosas passionistas que, na supressão, aguardaram a “hora de Deus”- Irmã Crucifixa Tognoni e Irmã Pia Frosali – e uma jovem que, com elas, ingressou.

Com a reativação, a Congregação passou a se chamar Irmãs Passionistas de São Paulo da Cruz e continuou a missão da Fundadora adaptando-a ao tempo.

Em 1919, a Congregação começou sua expansão além da Itália e a Superiora Geral, Irmã Angélica Michelagnoli, aceitou o convite para uma fundação no Brasil. A partir da chegada das três primeiras Irmãs italianas, 7 de novembro de 1919, a semente do carisma Passionista desenvolveu-se e “grandes obras” o Senhor realizou, através das irmãs que, no dia a dia, responderam ao seu chamado.

As três Irmãs, chegando ao Brasil, assumiram a obra do Abrigo Santa Maria, na cidade de São Paulo, passando por muitos e grandes sacrifícios. Mas Deus, que as chamou, deu-lhes as condições necessárias para superar as dificuldades e aos poucos o carisma de “Viver, testemunhar e promover a memória da Paixão de Jesus e das Dores de Maria” produziu seus frutos. Surgiram as vocações, novos campos de trabalho a pedido de Bispos e de outras autoridades foram assumidos, em diversas cidades e Estados. O número de religiosas foi crescendo, as comunidades aumentaram e a missão junto às crianças, jovens, idosos, doentes e outras pastorais eclesiais, se ampliou.

Hoje, temos muito a agradecer e louvar pelos 100 anos de existência em terras brasileiras. Somos três Províncias: São Gabriel da Virgem Dolorosa – sede em São Paulo; Imaculado Coração de Maria, em Curitiba-PR, e Maria Rainha da Paz em Brasília-DF. Cada Província, vivenciando o carisma da “Memoria Passionis” assume seu projeto baseado nas Constituições, abre espaços às necessidades da Igreja e do povo, supera desafios e discernindo a vontade de Deus caminha, como Congregação, para o final do 1º centenário de presença no Brasil.

E a vida prossegue.

Nós, hoje, queremos dar continuidade ao projeto de Deus – nos Estados e nas Nações da América Latina e Caribe em que as Províncias se encontram no presente – abrindo fronteiras para que o novo centenário, que já se vislumbra, tenha as bênçãos divinas e a Congregação cresça em número e em santidade.

Com Maria entoamos o “MAGNIFICAT” e pedimos-lhe que interceda por nós, para que saibamos discernir a vontade de Deus e a realizemos, a fim de que “Cristo Crucificado seja conhecido e amado”

Fonte: Irmãs Passionistas
Data: 17/06/2019