Faculdades que queiram participar do Fies do 2.º semestre devem se inscrever a partir de 9 de maio

Publicado por Sinepe/PR em

O Ministério da Educação divulgou, nesta sexta-feira (3), as normas para o processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do segundo semestre de 2019. Por enquanto, só foram definidas as datas de inscrição para as operadoras de crédito e para as instituições de ensino. Os estudantes ainda devem aguardar o edital com o calendário completo.

As faculdades e universidades que desejem oferecer vagas pelo Fies e pelo P-Fies (quando o agente financeiro é o banco) devem assinar o termo de participação entre os dias 9 e 17 de maio. Nesse documento, é necessário declarar o número de vagas ofertadas, os valores das mensalidades e o reajuste previsto, por exemplo.

Nesta edição, o governo manteve os mesmos cursos como prioritários: em cada mesorregião, 30% das vagas devem ser na área de saúde, 24% em engenharia/ciência da computação e 6% em licenciatura e pedagogia. Os outros 40% podem ser preenchidos com as demais graduações.

Também não houve mudança nos critérios de participação dos candidatos.

Critérios para participação

É necessário ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, com média aritmética das provas superior a 450 pontos. Não é permitido tirar zero na redação.

Além disso, há critérios de renda, que definirão em qual modalidade do Fies o estudante poderá se inscrever:

a) Fies: candidatos cuja renda familiar per capita seja de até 3 salários mínimos (R$ 2.994,00)

b) P-Fies: candidatos cuja renda familiar per capita seja de 3 a 5 salários mínimos (R$ 2.994 a R$ 4.990)

A maior diferença do P-Fies em relação ao Fies é que o financiamento é firmado em agentes financeiros privados. São os bancos que vão definir as condições do pagamento, como os juros, por exemplo. O candidato só conseguirá fazer a matrícula caso seja pré-aprovado em uma operadora de crédito.

Prioridades

Para o Fies, a prioridade na seleção de candidatos será na seguinte ordem:

  • candidatos que não tenham concluído o ensino superior e não tenham sido beneficiados pelo financiamento estudantil;
  • candidatos que não tenham concluído o ensino superior, já tenham sido beneficiados pelo financiamento estudantil e o tenham quitado;
  • candidatos que já tenham concluído o ensino superior e não tenham sido beneficiados pelo financiamento estudantil;
  • candidatos que já tenham concluído o ensino superior, tenham sido beneficiados pelo financiamento estudantil e o tenham quitado.

Não há outras alternativas além do Fies?
O estudante que não foi aprovado em universidades públicas ou no Programa Universidade Para Todos (Prouni) pode pensar em outras opções além do Fies. Veja a seguir:

1 – Tente um financiamento na própria faculdade
O Fies não é a única forma de financiamento estudantil – algumas universidades também oferecem formas de empréstimo para os estudantes. Segundo Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), costuma ser mais fácil tentar reduzir os juros com a faculdade do que com o banco.

2 – Informe-se sobre bolsas na faculdade
O economista Dorgilan Rodrigues da Cruz, presidente do Conselho Regional de Economia do Piauí (Corecon-PI), recomenda que o candidato preste o vestibular e, caso seja aprovado, faça a matrícula. “Ele pode tentar negociar algum desconto na mensalidade, dependendo do seu desempenho. Ou fazer parte de projetos internos, como de iniciação científica, para ter uma bolsa”, diz.

3 – Espere mais um ano
Parece frustrante adiar o plano de entrar na faculdade, mas, segundo os especialistas, pode ser melhor do que ter uma dívida em um momento de tantas aspirações – sair da casa dos pais, começar a pagar as próprias contas.

É difícil resistir à pressão social de ingressar no ensino superior logo após terminar o ensino médio. Mas é preciso refletir o preço disso. Aguardar um semestre ou um ano não significa que o jovem ficará parado durante esse período.

Ele pode buscar outras possibilidades: estudar sozinho em casa, por exemplo, com a ajuda de vídeos no Youtube. Ou até procurar cursinhos pré-vestibular que sejam gratuitos ou de baixo custo. Assim, aumentarão as chances de ser aprovado em universidades públicas ou no Prouni, com bolsas de 50% ou 100%.

4 – Tente uma bolsa no cursinho
Caso o estudante escolha estudar em um cursinho pré-vestibular de renome, que tenha mensalidades mais altas, é possível pleitear descontos ou até mesmo bolsas. Nos inícios de semestre, a maioria das instituições aplica testes de conhecimento – dependendo do desempenho do candidato, ele consegue reduzir o valor que pagará por mês.

Ou, mesmo que o jovem pague as mensalidades integralmente, pode pensar em um financiamento de um ano. É melhor ter um empréstimo de um ano de cursinho do que de quatro da graduação.

5 – Faça investimentos durante o curso
Se a opção for de fato o Fies, é possível pensar em aplicações financeiras que auxiliem no pagamento da dívida. Qualquer quantia que sobre do salário de estagiário, por exemplo, pode servir para ser aplicada no Tesouro Direto.

“Há várias opções: os títulos prefixados ou aqueles que dependem da inflação (IPCA). Há também investimentos em LCI e LCA (títulos imobiliários ou de agronegócio), que são isentos de imposto de renda após 30 dias”, recomenda Dorgilan Rodrigues da Cruz. “Os investimentos em ações são rentáveis, mas é preciso ter conhecimento prévio. Melhor ser cauteloso e escolher o Tesouro ou LCI/LCA”, conclui.

6 – Informe-se sobre financiamentos nos bancos
Essa opção exige bastante cautela. No Bradesco, por exemplo, o estudante tem 12 meses para pagar as mensalidades de um semestre de faculdade. Mas isso envolve juros. No “Pravaler”, pelo Itaú, é o mesmo sistema: pagar um semestre em um ano.

Esses créditos não exigem que o candidato tenha feito o Enem. A aprovação do financiamento depende da renda do estudante e de seu garantidor. Se os dois ganharem R$ 2 mil, podem financiar curso de até R$ 1.818,00 no “Pravaler”.

É importante se atentar às taxas cobradas pela instituição financeira. Exemplo: um curso cuja mensalidade seja de R$ 2.385,58 custará R$ 14.313,48 por semestre. No crédito do Bradesco, esse valor poderia ser parcelado em 12 vezes de R$ 1.357,56. Com os juros, o valor total aumentaria para R$ 14.607,61.

Os economistas alertam também que é necessário sempre prestar atenção em quando será paga a primeira parcela – no caso do Bradesco, seria em março, logo no início da graduação.

Fonte: G1 – Educação
Data: 03/05/2019